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domingo, 28 de agosto de 2022


SONETO AO NAVIO NEGREIRO


Prisioneiros no fundo dos navios,

Despojados de seus pertences reais.

Amontoados uns nos outros, nos frios

Porões da embarcação como animais.

 

Corpos agonizavam nos sombrios

Porões, com fome, sede e, as mais letais

Doenças, olhares tristes e vazios,

Mergulhados nas horas sepulcrais.

 

Que as almas ganhem a libertação,

Almas de cada escravo prisioneiro,

E morto dentro do navio negreiro.

 

Que os teus versos flutuem na oração,

Ou no cantarolar das tantas aves,

Todas vestidas pela paz, Castro Alves.

Um comentário:

Patrícia Pinna disse...

Bom dia, Samuel. Ficou bem bonito este soneto e repleto de significados. Vejo a morte da alma, honra, espírito e corpo. Uma crueldade real. Um poema histórico.
Parabéns. Saudades.
Beijos na alma.